Quem sou eu

Guarujá, São Paulo, Brazil
Ultimamente não sei bem quem sou... já houve tempos em que eu era mais convicta, mas agora acho que estou em processo de equilibração... Gostei do pensamento de Nietzsche sobre o amor: "O amor deseja, o medo evita. Por causa disso não podemos ser amados e reverenciados pela mesma pessoa, não no mesmo período de tempo, pelo menos. Pois quem reverencia reconhece o poder, isto é, o teme: seu estado é de medo-respeito. Mas o amor não reconhece nenhum poder, nada que separe, distinga, sobreponha ou submeta. E, como ele não reverencia, pessoas ávidas de reverência resistem aberta ou secretamente a serem amadas." Quem sou eu para discordar do filósofo... também acho que o amor é um sentimento que desconhece o impossível, não enxerga barreiras, pouco se importa com os olhares alheios e jamais se contenta com a ilusão. O amor verdadeiro nasce do desejo secreto de transgredir, de transcender o mundo. Em verdade, esse amor é a única razão de existência do ser humano, e dada a sua importância é soberano, não reconhece limites...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Retornar...

Tanto tempo sem escrever aqui! Talvez tenha relação com o título do post: retorno!


Quando escrevemos sentimos nosso eco, nossa voz ecoa pelas palavras e nos tornamos visíveis para nós mesmos. Nem sempre é esse nosso desejo. Muitas vezes fugimos de nós mesmos, mas de repente a vida nos grita que isso não é possível, pelo menos não eternamente! 
E aí somos obrigados a nos olhar, nos ouvir, nos sentir, nos cheirar e provamos nossas palavras, nossos pensamentos e nossos gestos como se fossem alheios, como se nos desconhecêssemos!
Desconfortável estranhamento...
Retornar... 
Buscando a origem da palavra, retornar pode ser voltar ao ponto de partida e talvez esse não seja o significado mais apropriado para a vida, não sei... penso que jamais conseguimos voltar ao ponto de onde partimos, o tempo é outro, o espaço - transformado em lugar - já pode não ser o mesmo! 
Mas retornar pode ser também restituir e quem sabe ao retornarmos a nós mesmos não estamos nos concedendo a graça de restituirmos nossas almas aos nossos corpos cansados e fatigados? Esse é um belo significado para o retorno!
Aos mais críticos retornar pode ser também retrucar e esse seria um ótimo significado para a vida: ao retornarmos a nós mesmos estaríamos retrucando... retrucando nossas atitudes, nossos erros, nossos deslizes, nossas desatenções (e isso se refere à atenção dispensada a si mesmo)... enfim, estaríamos fazendo com que a força dialética da vida nos habitasse e penso que sem ela a vida perde o sentido.


Bem, queridos(as) espero sinceramente estar retornando à escrita e a mim mesma...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Plenitude...

Não sei ser pela metade, e ser inteiro é jamais trair nossa verdade essencial.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Nascer...

"Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo..." dizia Fernando Pessoa.
Abrir as portas da sensibilidade e deparar-se com o mundo - real, cheio de seus pecados e temores - é uma experiência extasiante, mas como qualquer experiência desse tipo, é também extenuante.
O problema é que Pessoa não nos alertou que esse é um caminho sem volta, uma vez nascido para a eterna novidade do mundo, não consegue-se mais morrer para as novidades do mundo porque isso traria a própria morte do corpo (o qual já não mais suportaria uma alma morta...).
O equilíbrio talvez consista em conseguir manter essas portas da sensibilidade abertas, mas preservando a unicidade que nos permite o auto-reconhecimento diante do espelho...
Quem sabe o poetar seja um ensaio para a vida e que o fato de experimentar a vida pela poesia seja uma via privilegiada de aprendizagem... quem sabe...
Seja como for, sentir por meio da poesia é mágico e o próprio poeta bem sabia disso quando dizia: "o poeta é um fingidor, e finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente."

domingo, 24 de janeiro de 2010

Salvador Dalí

Por que grande parte das obras de Dalí parecem derreter? Relógios, objetos, pessoas, tudo perde gradualmente seu estado sólido e se liquefaz...
Como Dalí explicava isso? Bem, certamente não explicava porque a arte não precisa de explicações, mas acho que essa liquefação democrática é o que mais me atrai na obra de Dalí. Essa liquefação permite a fusão entre as diferenças e a volta ao estado único original.
Talvez vivamos todos nos liquefazendo cotidianamente e quanto mais resistimos a esse fenômeno mais dor e sofrimento atraímos para nós mesmos... Seria loucura tudo isso? Quem sabe... Mas acho que sem loucura a vida é impossível e insuportável.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Tempo...

Não sei se o tempo que terei é muito ou pouco,
mas sinto a certeza de que será insuficiente.
Não sei se o tempo que vivi, foi bem ou mal aproveitado,
mas sinto a necessidade de mudar a forma de vivê-lo.
Não sei se o tempo que passei perto das pessoas foi bom ou mal para elas,
mas sinto que talvez tenha sido além do que eu podia suportar.
Não sei se o tempo que meus amigos dedicaram a mim foi trabalhoso para eles,
mas deixou marcas inesquecíveis.
Não sei se o tempo que dediquei aos meus amigos foi o suficiente para dizer-lhes o quanto os amo,
mas tenho a impressão de que ainda não aprendi a falar completamente.

Jamais tive alguma certeza com relação ao tempo, jamais algum fato comprovou a sua existência verídica para mim, mas não tenho dúvidas que o espaço ocupado por reflexões temporais em minha alma é grande demais.

Gostaria de pensar atemporalmente, seria possível?

sábado, 2 de janeiro de 2010

01/01/2010

Continuo exausta.
Essa sensação de cansaço não me deixa e às vezes acho que nunca mais sentirei a leveza novamente. Estou até mesmo sem forças para mudar, para tentar a felicidade. Chego a pensar se vale mesmo à pena...
Estou cansada de mim mesma, minha companhia não mais me agrada, mas ao mesmo tempo o que mais desejo é estar sozinha... Todas as movimentações me incomodam ao extremo. Um ano terminou e outro começou - como sempre acontece desde o início dos tempos - e fico observando as pessoas felizes porque algo novo inicia e não consigo achar sentido nisso. Em minha lógica o tempo é apenas uma seqüência interminável (?) de dias, nada mais.
Faço um esforço considerável para pensar como todos pensam no "Show da virada", mas não consigo. Tudo o que vejo são pessoas ávidas por mudanças... Acho que essa creça até ajuda nas conquistas, mas certamente estou sofrendo as conseqüências de uma overdose de realidade.
De todo modo aí vai meu pedido para 2010 (tímido pedido): gostaria de amar menos, talvez amar mais apenas a mim mesma. Sei que isso pode parecer egocentrismo ou narcisismo, mas não é não. Só tenho sofrido por amar as pessoas, dificilmente tenho colhido os frutos que gostaria por essa atitude. Não estou falando do amor desinteressado, porque esse já aprendi que vale à pena. Na verdade o amor desinteressado é o único que vale à pena, mas infelizmente é o que menos nos interessa...
Quero amar menos aquele tipo de amor que espera ansiosamente algo em troca... esse sim é muito danoso (ou eu sou extremamente azarada). Estou farta de me apaixonar pelas pessoas e levar tombos homéricos. Prometo que quando conhecer alguém a partir de hoje serei muito cautelosa. Tentarei controlar meus pensamentos para que a presença da pessoa não seja algo constante para mim. Tentarei controlar meus sentimentos para que a existência dessa pessoa não entre em meu ser. Sim tentarei, tentarei, tentarei, mas certamente fracassarei e indubitavelmente sofrerei...
É dessa exaustão que falo, tudo se resume nisso, nessa incompetência absoluta diante do mundo.
Quero avidamente alcançar o ponto de partida...