Tanto tempo sem escrever aqui! Talvez tenha relação com o título do post: retorno!
Quando escrevemos sentimos nosso eco, nossa voz ecoa pelas palavras e nos tornamos visíveis para nós mesmos. Nem sempre é esse nosso desejo. Muitas vezes fugimos de nós mesmos, mas de repente a vida nos grita que isso não é possível, pelo menos não eternamente!
E aí somos obrigados a nos olhar, nos ouvir, nos sentir, nos cheirar e provamos nossas palavras, nossos pensamentos e nossos gestos como se fossem alheios, como se nos desconhecêssemos!
Desconfortável estranhamento...
Retornar...
Buscando a origem da palavra, retornar pode ser voltar ao ponto de partida e talvez esse não seja o significado mais apropriado para a vida, não sei... penso que jamais conseguimos voltar ao ponto de onde partimos, o tempo é outro, o espaço - transformado em lugar - já pode não ser o mesmo!
Mas retornar pode ser também restituir e quem sabe ao retornarmos a nós mesmos não estamos nos concedendo a graça de restituirmos nossas almas aos nossos corpos cansados e fatigados? Esse é um belo significado para o retorno!
Aos mais críticos retornar pode ser também retrucar e esse seria um ótimo significado para a vida: ao retornarmos a nós mesmos estaríamos retrucando... retrucando nossas atitudes, nossos erros, nossos deslizes, nossas desatenções (e isso se refere à atenção dispensada a si mesmo)... enfim, estaríamos fazendo com que a força dialética da vida nos habitasse e penso que sem ela a vida perde o sentido.
Bem, queridos(as) espero sinceramente estar retornando à escrita e a mim mesma...
Quem sou eu
- Luizana Migueis
- Guarujá, São Paulo, Brazil
- Ultimamente não sei bem quem sou... já houve tempos em que eu era mais convicta, mas agora acho que estou em processo de equilibração... Gostei do pensamento de Nietzsche sobre o amor: "O amor deseja, o medo evita. Por causa disso não podemos ser amados e reverenciados pela mesma pessoa, não no mesmo período de tempo, pelo menos. Pois quem reverencia reconhece o poder, isto é, o teme: seu estado é de medo-respeito. Mas o amor não reconhece nenhum poder, nada que separe, distinga, sobreponha ou submeta. E, como ele não reverencia, pessoas ávidas de reverência resistem aberta ou secretamente a serem amadas." Quem sou eu para discordar do filósofo... também acho que o amor é um sentimento que desconhece o impossível, não enxerga barreiras, pouco se importa com os olhares alheios e jamais se contenta com a ilusão. O amor verdadeiro nasce do desejo secreto de transgredir, de transcender o mundo. Em verdade, esse amor é a única razão de existência do ser humano, e dada a sua importância é soberano, não reconhece limites...
Um comentário:
Que texto Lindo eu amei.
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