Tenho pensado muito sobre a arte, afinal como definir algo tão complexo?
Talvez seja mesmo esse o problema, para tudo queremos definição.
Inventamos definição para a vida, para a morte, para a alegria, para a tristeza, para o dia, para a noite, até o amor - sentimento tão complexo - ganhou algumas linhas de definição no dicionário.
Mas, e a arte?
Todas as definições são incompletas, todas as explicações são simplórias demais perante a grandeza da arte.
Acho que é porque a arte não é, a arte sempre está sendo (lembrando Paulo Freire).
A arte faz-se da própria vida e depois de feita, cria vida.
A arte alimenta-se da vida do artista para depois alimentar a vida de outras pessoas. Isso é encantador. É como se pudéssemos perceber a própria energia vital materializada na obra.
Quadros, músicas, danças são capazes de nos fazer sentir a vida penetrando por nossos poros, a energia suprema alimentando nosso espírito, o próprio movimento do mundo invadindo nossa alma.
Somos arte...
Somos a mão que cria, mas também somos a obra criada.
Somos o artista que alimenta, mas também somos aqueles alimentados pela arte.
Somos a paixão que faz nascer a idéia, mas também nos apaixonamos pela arte.
Somos o próprio desejo de renovação, mas também somos o ser renovado pela arte.
Somos a loucura do processo criativo, mas também somos a harmonia plena da arte.
Somos arte, ou melhor, estamos arte...
Quem sou eu
- Luizana Migueis
- Guarujá, São Paulo, Brazil
- Ultimamente não sei bem quem sou... já houve tempos em que eu era mais convicta, mas agora acho que estou em processo de equilibração... Gostei do pensamento de Nietzsche sobre o amor: "O amor deseja, o medo evita. Por causa disso não podemos ser amados e reverenciados pela mesma pessoa, não no mesmo período de tempo, pelo menos. Pois quem reverencia reconhece o poder, isto é, o teme: seu estado é de medo-respeito. Mas o amor não reconhece nenhum poder, nada que separe, distinga, sobreponha ou submeta. E, como ele não reverencia, pessoas ávidas de reverência resistem aberta ou secretamente a serem amadas." Quem sou eu para discordar do filósofo... também acho que o amor é um sentimento que desconhece o impossível, não enxerga barreiras, pouco se importa com os olhares alheios e jamais se contenta com a ilusão. O amor verdadeiro nasce do desejo secreto de transgredir, de transcender o mundo. Em verdade, esse amor é a única razão de existência do ser humano, e dada a sua importância é soberano, não reconhece limites...